Meu irmão escreveu um livro sobre meu avô, pai da minha mãe. Me surpreendi: meu avô, personagem! Sim, parece essa a definição para lembrança que tenho do meu avô em nossa infância. Olhos azuis e sorriso largo. Beijos com estalido e satisfação de nos...
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Meu irmão escreveu um livro sobre meu avô, pai da minha mãe. Me surpreendi: meu avô, personagem! Sim, parece essa a definição para lembrança que tenho do meu avô em nossa infância. Olhos azuis e sorriso largo. Beijos com estalido e satisfação de nos envolver em seus braços. Histórias que nos levavam, crianças, a imaginá-lo no meio de uma mata enfrentando onças com sua garrucha. Um aventureiro feliz. Longos anos sem preocupações e raízes. Uma família distante. Poucas cartas, ou seriam bilhetes escritos por alguém de boa vontade? Não havia muito a dizer. Compôs e cantou homenageando por muito tempo a mulher, ou as mulheres. A passagem do tempo modificou sua inspiração e, já idoso, não parecia mais uma personagem, era meu avô, frágil e incapaz de mais aventuras. Esse livro me trouxe lembranças queridas de um tempo passado. Acredito que mesmo quem não o conheceu também ficará encantando com essa biografia imaginária do meu avô de verdade, Sebastião.
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