O mundo é cruel. Se determinado ser ou situação não se enquadra nos padrões éticos e estéticos impostos pela sociedade, surge a rejeição. Com a Literatura, também é assim: torna-se preciso amordaçar a criatividade para que os críticos aceitem engolir a...
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O mundo é cruel. Se determinado ser ou situação não se enquadra nos padrões éticos e estéticos impostos pela sociedade, surge a rejeição. Com a Literatura, também é assim: torna-se preciso amordaçar a criatividade para que os críticos aceitem engolir a logorreia vomitada pelo autor. Sim, até para vomitar, a beleza é necessária.
Mas nem tudo que é belo é confortável. Este é justamente o propósito da arte: provocar desconforto. 11 de março, portanto, reúne contos assim: perturbadores. Contos negligenciados. Contos que, por não respeitarem o aroma primaveril do jardim de borboletas, não puderam sequer concorrer a alguns prêmios literários.
A única instrução válida para apreciar a obra é que o leitor se prepare para sofrer: chorar, orar, sentir dó, dor, dormir e ter pesadelos com casos de terrorismo, maus tratos, abuso sexual, canibalismo e outros temas que não se preocupam com a política do bom cidadão. Mas o sofrimento temporário até vale a pena, já que a vida também é temporária –
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