Nós Chorámos Pelo Cão Tinhoso
Para a Isaura.
Para o Luís B.
Honwana
Foi no tempo da oitava classe, na aula de português.
Eu já tinha lido esse texto dois anos antes mas daquela vez a estória me parecia mais bem
contada com detalhes que atrapalhavam uma...
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Nós Chorámos Pelo Cão Tinhoso
Para a Isaura.
Para o Luís B.
Honwana
Foi no tempo da oitava classe, na aula de português.
Eu já tinha lido esse texto dois anos antes mas daquela vez a estória me parecia mais bem
contada com detalhes que atrapalhavam uma pessoa só de ler ainda em leitura silenciosa - como
a camarada professora de português tinha mandado.
Era um texto muito conhecido em Luanda:
"Nós matámos o Cão Tinhoso".
Eu lembrava-me de tudo: do Ginho, da pressão de ar, da Isaura e das feridas penduradas do Cão
Tinhoso.
Nunca me esqueci disso: um cão com feridas penduradas.
Os olhos do cão.
Os olhos
da Isaura.
E agora de repente me aparecia tudo ali de novo.
Fiquei atrapalhado.
A camarada professora seleccionou uns tantos para a leitura integral do texto.
Assim queria
dizer que íamos ler o texto todo de rajada.
Para não demorar muito, ela escolheu os que liam
melhor.
Nós, os da minha turma da oitava, éramos cinquenta e dois.
Eu era o número cinquenta
e um.
Embora noutr
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